Por questão de fidelidade, dignidade e, principalmente, princípios, passo a responder neste espaço dois textos, ambos de autoria do economista Oswaldo Colombo Filho, que me foram encaminhados pelo meu digníssimo irmão Amilton Rodrigues Vargas*.
Não conheço Colombo e não sei qual o seu papel na economia e política brasileiras. Estou certo, entretanto, que como eu ele tem todo o direito de se manifestar e fazer campanha da forma que bem entender. Este é um direito garantido pela democracia.
O primeiro texto de Colombo, “Envergonho-me da justiça brasileira”, como o segundo, “Infeliz da Geração cujos Juízes merecem ser julgados”, critica o Poder Judiciário brasileiro como se fosse obra do PT ou extensão do Poder Executivo.
Em primeiro lugar, não me agrada a triste mania de menosprezar tudo o que é nosso, exaltando o que se passa no hemisfério norte. No meu entendimento, não precisamos de comparações e sim de construção da própria identidade, o que inclui justiça, educação e ética.
Ora, os Poderes do Estado Brasileiro são a síntese do seu povo e neles se reflete a própria índole nacional. Isto deve nos confortar? Certamente, não! O conformismo e a passividade são estímulos para a estagnação. Mas existe considerável variedade de oposição aos detentores do poder, sendo a grande maioria de aspirantes aos mesmos cargos e privilégios que lhes dão acesso às práticas desonestas ou, no mínimo, questionáveis.
Poucos são os opositores realmente bem intencionados, honestos. Estes respeitam seus adversários e as instituições. Não é o que transparece nos textos de Colombo. Neles se encontram recorrentemente palavras como “lulopetismo”, “pseudopresidente”, “militantes-meliantes”, “quadrilha”, “delinquentes”, etc. Não me cabe defender Dirceu ou qualquer outro envolvido no famigerado caso “mensalão”, mas não sou cego para perceber que desde então muita coisa vem se modificando aos poucos. Inúmeros parlamentares e integrantes dos executivos das três esferas de governo perderam seus mandatos. Portanto, aquilo que estava encoberto desde o Brasil colonial, começou a ser desvendado desde que houve aquele episódio, desencadeado exatamente por parlamentar(es) preterido(s) na partilha dos recursos de origem duvidosa e para fins de compra de votos no plenário, tal como foi feito em outras ocasiões anteriores sem se ter apurado porque as CPIs eram sempre rejeitadas.
Mas este assunto só retorna nas mentes estagnadas no passado por não encontrarem outros meios de combater um governo legitimamente instalado.
Ora, a quem devemos culpar pela eleição de Collor ou de Tiririca? Eles têm o direito de se candidatar tanto quanto nós mesmos. Eleitos, passam a ser responsabilidade daqueles que os elegeram.
O Judiciário está “sujo”? Então por que Lula foi tão “massacrado” quando defendeu a “abertura da caixa preta do Judiciário”?!
Tenhamos paciência! Deixemos que as corregedorias trabalhem! Afinal, ninguém deseja que no Brasil se utilize dos mesmos recursos de Chaves, na Venezuela.
Vejo, entretanto, algo positivo nos textos do meu desconhecido economista Oswaldo Colombo Filho: ele “abre o bico”, “solta o verbo”, o que no mínimo deve fazer as pessoas pensarem. Mas não cita fatos ou nomes senão aqueles que já são conhecidos e que, mal ou bem, passaram pelo julgamento do judiciário ou das urnas. Onde está o erro, Colombo? Ou será você mais um a serviço daqueles que têm “medo que o medo acabe”? (MURAR O MEDO – Mia Couto)
Amilton Rodrigues Vargas é meu irmão, filho do mesmo pai e da mesma mãe e, como eu, seguiu a carreira militar até passar para a reserva alguns meses antes de mim. É um sujeito formidável! Tem coração grande e mole... Chora muito facilmente... Emociona-se com a tragédia humana!
Poderia dizer muito mais de suas virtudes, mas poderia parecer que apenas manifesto uma compreensível e tendenciosa amorosidade de irmão. Não seria de todo falso, mas desejo preservar-me de considerá-lo melhor do que qualquer um de nós, com nossas próprias virtudes e defeitos.
Entretanto, como já me referi em outras oportunidades, não me é simpática sua ligação com o Grupo Guararapes e para explicar tal postura, basta entrar no site http://www.fortalweb.com.br/grupoguararapes/ e tirar suas próprias conclusões.
Ele se defende dizendo que lá ele apenas lê os textos publicados como o faz com tantos outros. Entretanto, para ler as publicações do Grupo, não necessitaria fazer parte dele...
Estive no Exército por quase 30 anos e nada tenho contra a instituição. Ao contrário, por ela nutro incomensurável respeito. Nada contra a disciplina, a camaradagem, o sentimento patriótico e/ou nacionalista! Apenas me insurjo contra o saudosismo da ditadura e do poder militar!
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